Neste sábado dia 30, para homenagear as empregadas domésticas no seu dia (27 de abril), o dia do trabalhador
(primeiro de maio) e o dia das mães (sete de maio), exibimos de novo o filme Que horas ela volta, de
Anna Muylaert, desta vez
no centro cultural e apôs ter
feito a divulgação nas series de adolescentes das cinco escolas mais próximas que sempre visitamos, estimulando eles a convidar suas mães trazendo-lhas para o
cineclube.
A freqüência foi menor porque, além de ter sido projetado na praça um mês atrás, este filme já foi exibido na televisão pela Globo e
algumas mães já tinham assistido. Também porque consideramos que o esforço das
mães por trazer seus filhos é maior que ao inversa - quando se trata de que os
filhos tragam as mães - pelo fato que vieram mais adolescentes mulheres do que
mães.
Mas as poucas mães presentes protagonizaram um debate
rico que interessou aos adolescentes. Todas acharam a problemática das relações sociais muito bem representada na casa da família da elite paulista onde trabalha Regina Casei. Uma mãe se identificou com o papel representado
por Regina Casei de doméstica nordestina e
mãe de uma filha que passou vestibular, pois sendo das classes populares e ainda
negra conseguiu entrar na UFBA quando não existiam quotas e negros eram
minoria nas universidades publicas.
Outra mãe ressaltou a influencia que, no filme, exerceu o professor de historia na
formação da consciência crítica da filha, que não aceitava, e questionava a mãe
o tempo tudo, o tratamento desigual dado pela patroa, disfarçado das relações
cordiais que caracterizam a sociedade brasileira.
A qualidade do debate conduzido pelas mulheres interessou ao publico presente, composto também por homens - companheiros e filhos, evidenciando que no cineclube quantidade não garante a qualidade.
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